Castelo de Neuschanstein
Charme e hospitalidade são as palavras de ordem da Baviera,
repleta de vales e de cidades barrocas lotadas de visitantes – é a região mais
turística (além de ser o maior estado) da República Federal da Alemanha.
Munique, a capital, pode ser o ponto de partida para uma viagem pela história e
tradições locais: a Praça Marienplatz, no centro da cidade, a Residenz (antiga
residência dos reis da Baviera) e o Schloss Nymphenburg, castelo do século 17,
são apenas alguns dos lugares onde turistas de todo o mundo batem cartão. Quem
gosta de agitação, comida farta e muita cerveja procura
a cidade entre os meses de setembro e outubro, quando a Oktoberfest atrai cerca
de seis milhões de visitantes todos os anos – em 2010, a tradicional festa
comemorou seu segundo centenário.
Munique
Além da bebida
mais típica da Alemanha, a Baviera produz vinhos . A
Francônia, ao norte da região, tem pequenas aldeias cercadas por vinhedos –
Volkach é uma delas – e cidades historicamente relacionadas à bebida, como a
barroca Würzburg. É de lá que saem as famosas (e curiosas) garrafas redondas e
pequeninas de vinho. Para acompanhar tanta bebida, nada como a rica culinária
local: as salsichas de Nuremberg e Coburg , os knödels ,
bolinhos preparados de infinitas maneiras, e o pichelsteiner ,
cozido preferido do chanceler Otto von Bismarck, são receitas fundamentais. A
Baviera também é terra de Luís II, que a governou entre 1864 e 1886 e ordenou a
construção de castelos fabulosos, como o de Neuschwanstein. Foi na cozinha real
que surgiu o delicado bayerische creme , o
famoso creme bávaro, e onde se tornou conhecida a torta de chocolate chamada de prinzregententorte .
Apfelkücherl im bierteig: Em toda a Alemanha é comum usar cerveja como ingrediente de
receitas. Nesta sobremesa, a bebida entra no preparo de uma massa, que ainda
leva farinha, ovos (com a clara previamente batida em neve) e sal. Depois de
envolver grossas fatias de maçãs, porções dela são fritas e servidas mornas,
salpicadas com açúcar e canela.
Bayerische creme : O creme bávaro é feito com leite, creme de leite, fava de
baunilha, gelatina e ovos, e servido em recipientes individuais, acompanhado
por frutas vermelhas. Esta receita básica pode ganhar diversas adaptações. O
nesselrode, por exemplo, tem amêndoas e kirsch (ou rum); o pfirsich oder
aprikosen bayerische inclui pêssegos ou damascos; o schokoladen bayerische é
elaborado com chocolate; e o punsch bayerische, com vinho, laranja e limão.
Blut und leberwürste mit
sauerkraut: Muitas regiões da Alemanha têm
longa tradição no preparo de embutidos, que acompanham inúmeras receitas
típicas. Nesta, salsichas blutwurst, feitas com o sangue do porco (parentes da
espanhola morcela, ou morcilla), e leberwurst, com fígado, são servidas com
chucrute cozido com um refogado de cebola. O prato vem acompanhado por batatas.
Bierfleish mit knödel : De origem austríaca, o knödel (ou klösse) é um bolinho muito
conhecido e apreciado na Baviera. À base de pão, leite, ovos, farinha e cebola,
e recheado de diversas maneiras, ele é cozido em água e costuma acompanhar
carnes, peixes e legumes ou, ainda, ser servido em sopas. São muitas as
variações e combinações desta receita. No prato conhecido como bierfleish,
típico da Baviera, a massa dos knödels ganha noz-moscada e os bolinhos
acompanham lombo de porco cozido na cerveja (do tipo lager) com cebola e
especiarias. O kartoffelklösse é feito com batata, o leberknödel leva fígado de
boi ou de porco, e o markklösschen, tutano de boi. Recebe o nome de
fleischknödel quando é preparado com carne de vaca, de porco ou de vitelo.
Pichelsteiner eintopf : É um dos mais famosos pratos bávaros. Refeição predileta do
chanceler Otto von Bismarck, este cozido costuma ser preparado com carnes
bovina e suína – embora algumas versões levem vitelo, carneiro, peixe ou apenas
legumes. A presença de batata, cenoura, bulbo de salsão e de salsa (e, às
vezes, couve, couve-de-bruxelas e vagem) é, aliás, indispensável para diferenciar
o pichelsteiner de outros cozidos. Quando a receita tem peixe como principal
ingrediente (pichelsteiner fisch), ganha, também, alho-poró, bacon e páprica.
Pretzel: O nome vem de bretzel, uma variante do latim bracchium, que
significa braço. A palavra foi inspirada no formato deste pão, que lembra dois
braços cruzados – embora seja muito antiga, a receita só ganhou essa
aparência no século 12. Feito de farinha de trigo, água, fermento e sal, o
pretzel é um dos pães mais famosos da Alemanha. Na Bavária, leva uma cobertura
salgada e, acompanhado de cerveja, virou item obrigatório na famosa Oktoberfest
de Munique.
Prinzregententorte : O comprido nome quer dizer algo como “torta do príncipe
regente”, uma referência a Leopoldo (1821-1912), que ocupou o tal posto de
príncipe regente da Baviera de 1886 até sua morte. Trata-se de um bolo de nobre
aparência: camadas de uma massa leve (de farinha, claras batidas em neve, gema
e açúcar) se revezam com um creme amanteigado de chocolate; a cobertura é de
glacê de chocolate.
Cerveja : A maioria das cervejarias da Alemanha está na Baviera, boa
parte delas na Francônia. Mundialmente conhecida, a Weissbier local leva malte
de trigo, malte de cevada, lúpulo e levedura, e tem sabor suave, levemente
adocicado. Nada melhor do que tomar a famosa bebida acompanhada de um obatzda
(uma receita que mistura queijo camembert, queijo romadur e manteiga, temperados
com páprica) em um biergarten, um espaço ao ar livre reservado ao consumo de
cerveja e pratos locais. O culto à bebida na região alcança seu ápice durante a
Oktoberfest de Munique, o maior evento da Baviera. São 16 dias de outubro
dedicados a um grande festival gastronômico, regado apenas pelas cervejas
produzidas na região. Desde sua primeira edição, em 1810, a Oktoberfest atrai
um número crescente de pessoas dos arredores e do mundo – hoje, os números da
festa são estratosféricos: mais de seis milhões de participantes, cinco milhões
de litros de cerveja e toneladas de comida consumidas. O tradicional evento deu
origem a comemorações semelhantes fora da Alemanha, inclusive no Brasil, onde a
festa é fielmente reproduzida em Blumenau, que atrai mais de 600 mil pessoas em outubro. A região de
Baviera também faz cervejas de tipo bock, que são, contudo, mais consumidas na
Baixa Saxônia.
Cogumelos: As condições climáticas e geográficas da região favorecem a
proliferação dos cogumelos silvestres (ou schwammerls, como são chamados na
Baviera) – chanterelles, cèpes, morilles e bolets são os mais comuns. O preparo
destes fungos faz parte da cozinha tradicional da região: no prato conhecido
como schwammerlgemüse, eles aparecem refogados com vitelo e creme de leite; no
reherl mit rührei, chanterelles viram omelete; e no steinpilz-schweinebraten os
do tipo cèpes juntam-se a lombo de porco.
Embutidos : A Baviera é famosa por seus embutidos, principalmente pelas salsichas fritas deNuremberg , feitas de carne suína e servidas com raiz-forte, salada de
batata ou de couve crua (krautsalat). A tradição do preparo de salsicha em
Nuremberg, aliás, vem de longe: desde o século 15 sabe-se da existência desses
embutidos, que aparecem em livros de culinária já no século 18. Outra receita
típica de Nuremberg é a nackerte, salsicha servida no pão preto com cebola e
páprica. Há mais diversos tipos de salsicha típicos de cada cidade da Baviera.
Kulmbach, por exemplo, é famosa pelas salsichas compridas, acompanhadas pela
cerveja local; Coburg , na fronteira com o estado da Turíngia, ficou conhecida pelas
saborosas linguiças assadas em carvão de madeira de pinho, vendidas em lugares
públicos; e Kitzingen, ao sul do estado, tem como especialidade a blaue zipfel,
que é cozida em água com vinagre, cebola, e vinho branco e servida no próprio
caldo. A pressack (salsicha de carne prensada servida fatiada com picles) e a
knäudele (feita com sangue ou fígado) completam a longa lista de embutidos
bávaros.
Vinhos : Situada no norte da Baviera, a Francônia conta
com cerca de seis mil hectares de vinhedos, plantados ao longo do rio Meno
(Main, em alemão). A região produz vinhos brancos frescos e agradáveis das uvas
silvaner (tradicionalmente relacionadas à Francônia) e riesling – quase um
terço da produção local também leva a branca müller-thurgau, de qualidade
inferior. Há uma pequena produção de tintos feitos com pinot noir
(spätburgunder), entre outras uvas. Mas, embora a demanda pelos tintos
regionais venha crescendo, as safras são ainda irregulares – e o consumo local
ainda não supera o da cerveja. São facilmente reconhecidos no mercado por serem
vendidos em garrafas pequenas e redondas, características da região e chamadas
de bocksbeutel. Castelo de Neuschanstein
Existem no estado da Baviera 32 palácios e residências reais e 13 castelos e fortalezas. Entre eles, o de Neuschanstein, o castelo de contos de fadas, construido por Ludwuig II, o rei sonhador e ... "louco". Foto 1
O castelo foi construido em 1869, não por arquiteto, mas pelo cenógrafo Christian Janks, no Sudoeste da Baviera e teve como inspiração, cenas de óperas de Wagner, de quem o Rei era amigo.
O castelo é o cartão postal da Baviera, e por que não dizer, da Alemanha. Talvez seja o castelo mais conhecido e fotogafado, por turistas de todo o mundo. Tem uma fila enorme para entrar, mas quando se compra o bilhete que dá acesso ao interior, vem impresso o horário de entrada. Tudo organizadinho, como é característico do alemão.
Entramos no castelo. É proibido fotografar seu interior; como ele é muito alto, 80 metros, não há distância que dê ângulo para fotografá-lo do lado de fora, a não ser subir por um caminho ao lado do castelo, chegar a uma ponte, onde a visão é perfeita.
Seu interior é belíssimo. Vimos a Sala do Trono (mas o trono não foi colocado, porque o Rei moreu antes que pudesse usá-lo), a suite principal do Rei, a cozinha (muito bem conservada), a sala de jantar, etc.
Hoje o castelo pertence ao estado da Baviera.
Nuremberg é uma daquelas cidades charmosas da Baviera alemã e especialmente porque foi uma das principais no Sacro Império Germânico. O centro urbano preserva o Palácio Imperial Kaiserburg, rodeado pela muralha medieval e torres de defesa.
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